Caramelo

CRÍTICA

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Quase como um patrimônio cultural brasileiro, o vira-lata caramelo já faz parte do nosso imaginário e do nosso cotidiano. Por isso, receber um filme que o coloca no centro das atenções é, no mínimo, interessante. Caramelo subverteu minhas expectativas: eu esperava uma comédia leve e divertida, mas encontrei um drama forte, que traz um peso emocional à trama.

O núcleo dramático, centrado na questão da doença e no modo como os personagens lidam com ela, é interessante e sensível, mas novamente esbarra na dificuldade de manter o equilíbrio entre emoção e leveza. O caramelo ajuda a unir esses dois mundos, o humor e o drama, mas nem sempre o roteiro consegue fazer essa mistura funcionar.

No fim, Caramelo é um bom filme, ainda que irregular. Não é exatamente voltado para o público jovem, como muitos podem imaginar, e talvez funcione melhor para quem vai com expectativas moderadas, especialmente para quem tem um animal de estimação e sabe o quanto eles podem transformar nossa vida.

Nota : 7,0 | 10

O equilíbrio entre humor e drama até é bem trabalhado em alguns momentos, mas o filme se perde no tom. Ele não consegue dosar as emoções, oscilando entre cenas engraçadas e outras excessivamente densas. O resultado é uma experiência um pouco irregular, que às vezes emociona, mas em outras parece não saber qual caminho seguir.

O caramelo, claro, é carismático e tem seus momentos de destaque, mas o protagonismo humano acaba tomando a frente, o que considero um erro, já que o público certamente se conecta mais com o cachorro e sua presença simbólica. Rafa Vitti entrega uma atuação correta, porém básica, enquanto os personagens secundários conseguem brilhar dentro de suas limitações, cumprindo bem o papel que lhes cabe.