Conclave
CRÍTICA


Retratar a escolha de um novo Papa pode parecer, à primeira vista, algo monótono, mas "Conclave" consegue transformar esse processo em uma narrativa envolvente. O roteiro se apoia em conflitos políticos e religiosos que enriquecem a trama, permitindo que o espectador acompanhe cada manobra pelo poder. As diferentes ideologias dos cardeais não apenas ampliam a complexidade da história, mas também a tornam ainda mais fascinante. As atuações são sutis, mas precisas, com destaque para Ralph Fiennes, que entrega uma performance contida e carregada de nuances.
A trilha sonora encaixa-se perfeitamente nos momentos de tensão e fé, ampliando o impacto emocional da narrativa. A fotografia, com enquadramentos cuidadosos, e o figurino, rico em detalhes, contribuem para a imersão no ambiente solene do Vaticano. O ritmo do filme demora um pouco a engrenar, já que os conflitos e suas resoluções são discretos no início. No entanto, quando a trama se estabelece, ela instiga a curiosidade do público a cada novo movimento estratégico, culminando na expectativa de quem será o próximo pontífice.


Mesmo sendo um filme que gira em torno do catolicismo, "Conclave" consegue dialogar com diferentes crenças sem tentar modificá-las, mantendo um tom respeitoso e reflexivo. Seu desfecho, satisfatório e bem construído, fecha a narrativa de maneira coerente e com um plot twist inesperado.
Nota: 9,0 | 10
