Corra Que a Polícia Vem Aí!

CRÍTICA

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O novo "Corra que a Polícia Vem Aí!" tenta reviver o espírito irreverente do clássico e, embora não alcance o brilho criativo do original, ainda assim cumpre sua missão principal: fazer rir. A comédia não busca reinventar a roda, mas entrega um entretenimento honesto com uma avalanche de piadas que vão do genial ao absurdo, e essa é justamente a proposta.

É uma comédia sem pretensões que acerta mais do que erra. Algumas piadas escorregam, outras brilham, mas, no geral, o humor é diversificado, caótico e, por vezes, afiado. Em tempos de escassez no gênero, esse filme aparece como um alívio divertido para quem só quer desligar o cérebro por uma hora e meia e dar boas risadas. No fim das contas, "Corra que a Polícia Vem Aí!" funciona como uma carta de amor ao humor nonsense, aquele que não tem medo de ser bobo ou exagerado.

É um filme que entende seu lugar e seu público, e se compromete com o simples e nobre objetivo de divertir. E cumpre bem esse papel. Em um cenário cinematográfico dominado por grandes franquias sérias, filmes densos ou comédias românticas formulaicas, é refrescante ver uma produção que aposta no riso puro, sem filtros.

Se você busca profundidade ou inovação, esse não é o seu tipo de filme. Mas se o que você quer é rir do absurdo, lembrar das comédias escrachadas de antigamente e curtir um humor que não se leva a sério, vale a pena dar uma chance. Mesmo sem reinventar nada, o filme oferece algo que anda cada vez mais raro no cinema: uma comédia genuinamente descompromissada. E só por isso, já merece seu espaço.

Liam Neeson surpreende ao abraçar o papel cômico com desenvoltura. Conhecido por seus filmes de ação praticamente intermináveis, sua presença aqui já é, por si só, uma piada metalinguística. Ele acerta o tom do humor ácido e caricato, o que dá um charme especial à produção.

Nota : 7,5 | 10.

O roteiro é básico e nem tenta esconder isso. Ele funciona como um palco para a comédia acontecer, e ela acontece em doses generosas. Não espere lógica nem verossimilhança. Esse é um daqueles filmes que zombam do próprio formato. Pamela Anderson surge como par romântico e cumpre bem sua função, enquanto o elenco de apoio tem uma atuação funcional, mas sem grandes destaques.