Dexter: Ressurreição (1ª Temporada)

CRÍTICA

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Sempre achei a premissa de Dexter fascinante, e acompanhei tanto a série original quanto New Blood com entusiasmo. Apesar de finais decepcionantes em ambas, nunca deixei de considerar o conjunto da obra excelente. Meu maior receio com Dexter: Ressurreição era justamente cair nesse mesmo looping: crescer bem e tropeçar no desfecho.

A trilha sonora segue como elemento fundamental, intensificando momentos de tensão e mantendo a atmosfera única que sempre caracterizou a série. O jogo entre expectativa e resolução nas cenas mais arriscadas ainda funciona perfeitamente, estamos constantemente tentando adivinhar como Dexter vai escapar desta ou daquela situação.

Quando pensei que a trajetória do personagem havia se esgotado com o melancólico final de New Blood, fui surpreendido. Dexter: Ressurreição consegue ser não apenas relevante, mas também impecável do início ao fim, ao ponto de, na minha visão, superar a série original. O final, por enquanto, é digno e satisfatório. O único receio é o que virá nas próximas temporadas, mas se mantiverem essa qualidade, há potencial para que Dexter se consolide ainda mais como uma das grandes sagas da TV.

O roteiro desta nova fase se ancora em dois pontos fortes: a redenção e o confronto contínuo com o “Dark Passenger”, agora entrelaçados à tentativa de reaproximação com seu filho. A cada episódio, a narrativa cresce em intensidade, seja pela introdução de novos personagens, seja pelo retorno de fantasmas do passado que ainda assombram o protagonista. Essa progressão é envolvente, mas sempre acompanhada pelo temor de que um final ruim colocasse tudo a perder.

Nota : 10 | 10.

Um dos acertos está no equilíbrio entre nostalgia e renovação. A presença de personagens da série original, interpretados por seus atores clássicos, dialoga muito bem com a chegada de novos nomes de peso, como Uma Thurman e Peter Dinklage. E claro, Michael C. Hall continua brilhante: por mais que Dexter seja alguém do “mal”, seguimos torcendo por ele a cada cena, o que prova o carisma e a complexidade que o ator consegue imprimir ao personagem.