Faça Ela Voltar
CRÍTICA


A A24 segue sua tradição de entregar filmes fora do comum, controversos e visualmente marcantes. "Faça Ela Voltar" é mais um exemplar desse estilo, apostando em uma narrativa que mistura luto, estranhamento e o desconforto de estar em um lugar novo, cercado por pessoas desconhecidas. É justamente essa atmosfera de incerteza que prende o espectador nos primeiros atos, enquanto o roteiro brinca com a dúvida: o que há de errado nesse lugar? As atuações são um dos pontos altos do longa, ajudando a manter a credibilidade da trama mesmo nos momentos mais surreais.
O uso do gore é pontual e bem encaixado, sem excessos, funcionando como um gatilho de tensão e impacto emocional. Porém, nem tudo se sustenta até o fim. Alguns mistérios que o filme planta ao longo do enredo não recebem a devida atenção ou são apenas superficialmente explorados. Além disso, o roteiro acaba priorizando apenas um lado da história, deixando o outro em segundo plano, o que empobrece a experiência. Por conta disso, chega um momento em que a narrativa me perdeu — e, a partir dali, os acontecimentos deixaram de me importar tanto.
Com uma proposta que lembra "Hereditário", o filme mergulha em temas pesados e pode ser gatilho para quem vive momentos de luto ou dor emocional. É válido pesquisar mais sobre ele antes de assistir. No fim das contas, "Faça Ela Voltar" começa de forma instigante, mas se perde em suas próprias escolhas e entrega um desfecho que, para mim, soou vazio e decepcionante.
NOTA: 7,0 | 10

