Frankenstein

CRÍTICA

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Mais uma versão de “Frankenstein” chega aos cinemas, agora sob a produção de Guillermo del Toro, e com isso já se podia esperar algo, no mínimo, muito bom. O roteiro consegue narrar a história de forma coesa, ainda que em alguns momentos o ritmo se torne um pouco arrastado, principalmente no início. Um dos grandes acertos é apresentar a trama pelas perspectivas tanto de Victor Frankenstein quanto da Criatura, o que aprofunda a experiência e traz complexidade aos personagens.

A construção dos dois protagonistas é notável, especialmente da Criatura, por quem é impossível não sentir empatia. Torcer por um ser que, em teoria, vai contra a nossa humanidade revela uma reflexão poderosa sobre a própria natureza humana: violenta, ambiciosa e disposta a ultrapassar limites em nome do progresso. A tentativa de “ser Deus” é um tema que ganha novas camadas aqui, especialmente ao lembrarmos que a Criatura é formada de restos rejeitados e nunca pediu para nascer.

Jacob Elordi entrega uma atuação impressionante, com trejeitos únicos e uma fluidez que transita entre o medo, a dor e a ira da Criatura. Já Oscar Isaac, como o criador, tem uma boa performance, ainda que não chegue a ser memorável. O elenco de apoio, por sua vez, cumpre bem seu papel, fortalecendo o conjunto.

No fim, “Frankenstein” de Guillermo del Toro é uma releitura visualmente magnífica e emocionalmente intensa, que consegue renovar uma história já conhecida. Assim como “Nosferatu”, esta versão prova que os clássicos podem ser revisitados de forma criativa e profunda. O desfecho é poético e deixa uma pergunta ecoando: quem é, afinal, o verdadeiro monstro dessa história?

Nota : 9,0 | 10

A construção dos dois protagonistas é notável, especialmente da Criatura, por quem é impossível não sentir empatia. Torcer por um ser que, em teoria, vai contra a nossa humanidade revela uma reflexão poderosa sobre a própria natureza humana: violenta, ambiciosa e disposta a ultrapassar limites em nome do progresso. A tentativa de “ser Deus” é um tema que ganha novas camadas aqui, especialmente ao lembrarmos que a Criatura é formada de restos rejeitados e nunca pediu para nascer.