Invocação do Mal 4: O Último Ritual

CRÍTICA

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Depois de um terceiro filme que deixou muito a desejar, "Invocação do Mal 4" chega com a missão de retomar o peso da franquia e oferecer um desfecho digno para os Warren. A escolha narrativa é clara: voltar o foco para a família, explorando não apenas o enfrentamento do sobrenatural, mas também a ligação emocional que sustenta Ed e Lorraine ao longo de todos os horrores vividos.

Outro ponto frágil está nas escolhas narrativas atribuídas aos personagens. Decisões incoerentes ou mal justificadas acabam gerando mais frustração do que empatia. Em vez de torcer pelo destino deles, o espectador pode se sentir desconectado, ou até irritado, com determinadas atitudes, o que enfraquece a tensão do clímax.

No geral, "Invocação do Mal 4" está longe do nível alcançado pelos dois primeiros filmes. Ainda assim, mostra-se superior ao terceiro capítulo, especialmente por manter o foco no amor e na união da família Warren. Esse elo humano é o que dá peso ao filme e justifica o envolvimento do público, mesmo diante de falhas evidentes em sua construção sobrenatural.

Não é o encerramento brilhante que a franquia merecia, mas é uma obra que cumpre seu papel para quem já acompanha a jornada dos Warren. Para os fãs da saga, ou para aqueles que buscam um terror com um pouco mais de carga emocional, vale a sessão, ainda que sem grandes expectativas.

O roteiro traz à tona um mal do passado que retorna em proporções maiores, configurando o desafio mais intenso de toda a saga. Essa decisão narrativa funciona bem ao aproximar o público dos protagonistas, fazendo com que a empatia com eles seja o principal motor da experiência.

Nota : 7,0 | 10

As atuações, embora não surpreendam, são sólidas. Patrick Wilson e Vera Farmiga seguem sendo o coração da franquia, entregando interpretações que equilibram vulnerabilidade e força, e mantendo a química que os fãs já esperam. É neles que o filme encontra seu maior acerto, sustentando momentos de emoção mesmo quando a história perde fôlego.

A construção da tensão também merece menção: o filme consegue criar uma atmosfera envolvente até a metade do segundo ato. Os sustos, embora previsíveis, são bem executados, e a sensação de imersão no medo se mantém por um tempo razoável. Contudo, esse impacto se dilui quando os antagonistas entram em cena. Os demônios, que em outros momentos da franquia se mostraram figuras icônicas e cheias de presença, aqui aparecem de forma genérica. Não há complexidade, nem uma construção que os torne memoráveis. Eles simplesmente existem para causar o mal, o que empobrece o enredo e reduz a força da ameaça.