Luta de Classes
CRÍTICA


A presença de Denzel Washington em qualquer filme já é suficiente para atrair atenção, e quando somada à direção de Spike Lee a expectativa naturalmente cresce. No entanto, aqui nem mesmo essa parceria é capaz de sustentar o resultado. O filme se propõe a explorar o poder no mundo da música e suas consequências, mas tropeça em sua própria trama, que envolve uma ameaça de sequestro mal desenvolvida.
Como produção da Apple, fica a sensação de que houve um grande investimento financeiro, mas sem a mesma dedicação artística. O resultado é um filme que parece mais preocupado em existir como produto do que como obra de cinema, chegando a provocar momentos de constrangimento. No fim, só vale ser assistido por causa de Denzel Washington, e nada além disso.


Nota : 4,0 | 10
Denzel é, sem dúvidas, o ponto alto da obra. Ele entrega uma performance intensa e consegue extrair o máximo de um roteiro frágil, um verdadeiro “tirar leite de pedra”. Ainda assim, não é suficiente. A progressão narrativa é falha, as causas e consequências não convencem e até os diálogos soam superficiais. O elenco de apoio tenta equilibrar a trama, mas não consegue, principalmente pelo núcleo policial, que pouco acrescenta.
Outro problema grave é a trilha sonora. Irônico em um filme que gira em torno da música, as canções parecem escolhidas de forma aleatória, sem qualquer sintonia com as cenas, o que compromete ainda mais a experiência.
