Missão: Impossível - O Acerto Final
CRÍTICA


Em teoria, "Missão: Impossível - O Acerto Final" chega para encerrar uma das franquias de ação mais emblemáticas do cinema. E, como era de se esperar, a escala de perigo atinge seu nível máximo, entregando um ápice empolgante, embora não livre de ressalvas. O filme abraça seu legado de forma inteligente. Não se trata apenas de acenos nostálgicos ou referências soltas, mas de uma integração orgânica de elementos dos longas anteriores. Objetos e personagens clássicos retornam não só como fan service, mas com papéis fundamentais na trama, reforçando o senso de encerramento. Seguindo diretamente os eventos do filme anterior, a ameaça continua sendo a Entidade, uma inteligência artificial que ganha contornos quase apocalípticos.
É interessante como o roteiro consegue, de certa forma, dialogar com as discussões atuais sobre IA, mesmo que de maneira superficial. A tensão se mantém elevada, e a narrativa trabalha bem essa ameaça em escala global (ou quase). E aqui surge uma das maiores críticas: a insistência em colocar os Estados Unidos como eixo central das decisões do mundo. Essa abordagem já soa saturada e tira um pouco da credibilidade de uma ameaça que, em tese, deveria ser verdadeiramente global. Por outro lado, Tom Cruise segue sendo a alma da franquia. Seu comprometimento físico e emocional impressiona. As cenas de ação são simplesmente impecáveis, e ganham ainda mais peso quando se sabe que foram realizadas sem o uso de dublês. Cada salto, cada perseguição e cada cena de risco são uma demonstração do quão dedicado ele é ao papel de Ethan Hunt.
O elenco de apoio também entrega ótimas performances, mantendo o carisma e a química que ajudaram a sustentar a série ao longo dos anos. A trilha sonora é outro ponto alto, funcionando como uma extensão da adrenalina, seja para intensificar a tensão ou para emocionar nos momentos mais íntimos. No fim, "Missão: Impossível - O Acerto Final" entrega um desfecho digno para uma franquia que sempre priorizou a ação de alto nível. Apesar do incômodo de uma visão excessivamente centrada no protagonismo estadunidense, o filme acerta ao fazer aquilo que sempre fez de melhor: ser um espetáculo de ação de tirar o fôlego.
NOTA:8,5|10
