O Auto da Compadecida 2

CRÍTICA

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Lançar uma sequência de um clássico como "O Auto da Compadecida" é, sem dúvida, uma tarefa arriscada. O primeiro filme é amplamente reconhecido como uma das maiores obras do cinema nacional, e revisitar essa história, tantos anos depois, exige equilíbrio entre nostalgia e inovação. Nesse sentido, "O Auto da Compadecida 2" se apresenta mais como uma homenagem ao original do que como uma tentativa de superá-lo.

O roteiro, infelizmente, não consegue manter o mesmo impacto e ritmo do primeiro filme. A história não prende tanto quanto poderia, em parte devido à introdução de personagens que não têm o mesmo carisma dos icônicos Chico e João Grilo. No entanto, é justamente a dupla de protagonistas que sustenta o filme. Os atores, mesmo após tantos anos, conseguem trazer de volta a essência dos personagens com uma naturalidade ímpar, recriando o humor e a sagacidade que os tornaram tão memoráveis.

O humor do filme segue a fórmula do anterior: piadas simples e despretensiosas que arrancam sorrisos genuínos do público. É uma comédia que não força a barra, mas também não se reinventa. O clímax, com o julgamento final, presta uma homenagem ao desfecho do primeiro filme, mas peca pela falta de inovação, repetindo soluções já conhecidas e, talvez, previsíveis demais.

No geral, "O Auto da Compadecida 2" não é um filme que busca rivalizar com o original e isso é uma escolha compreensível. Embora fique aquém da obra-prima de 2000, oferece um bom entretenimento, sustentado pelo humor e carisma inigualáveis de seus protagonistas. Para os fãs do primeiro filme, é uma oportunidade de revisitar personagens queridos e desfrutar de momentos leves e divertidos, ainda que sem a mesma magia do passado.

Nota: 7,5 | 10