Pecadores

CRÍTICA

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"Pecadores" chega como uma grata surpresa em meio às produções recentes, trazendo uma abordagem diferente e refrescante. O roteiro se destaca pela construção sólida da história, mesmo optando por um ritmo mais lento, conseguindo amarrar muito bem a crítica social com elementos da cultura negra, misticismo e as sequelas da escravidão. A trilha sonora, embalada pelo Blues, é um dos grandes acertos do filme, conduzindo perfeitamente a atmosfera de cada cena, sendo um dos pontos principais entre bem e mal. No elenco, Michael B. Jordan impressiona ao interpretar dois irmãos com características bem distintas, entregando uma performance que sustenta boa parte do peso emocional da trama.

A mistura de gêneros com drama, ação e terror funciona de forma surpreendentemente harmoniosa. O terror é inserido com propósito, sem ser gratuito, complementando a ação e fortalecendo a narrativa. A construção das criaturas, que mesmo sendo vampiros poderosos ainda seguem regras estabelecidas em lendas antigas, adiciona um toque interessante ao universo do filme. No entanto, o fato dessas regras serem pouco discutidas entre os personagens prejudica um pouco o desfecho: a virada para a ação sobrenatural e algumas decisões drásticas de personagens inteligentes acabam soando forçadas, o que fragiliza um pouco a experiência final.

Apesar disso, esses problemas não comprometem a obra como um todo. "Pecadores" permanece como um filme muito bom e original, que merece ser conferido.

NOTA: 9,0|10